TEATRO


E POR FALAR EM PRECONCEITO

NARRADOR: Para entender melhor esses medos nada melhor que vê-los, então, vamos a uma breve história Em uma escola pública onde o preconceito está presente, onde diferentes tipos de intrigas e discriminações regem a sala de aula, alunos de diferentes classes sociais e etnias foram unidos em uma turma, causando uma grande diferença, gerando conflito.
Duas professoras chamam a atenção pelo seu modo de lidar com os alunos,  Matilde (THAIS CRUZ),  professora de História e Maria Auxiliadora(THAIS FERNANDES),  professora de geografia, esta sem habilidade para trabalhar com alunos tão diferentes.
Em um período de brigas as professoras tentam controlar a turma, mas somente uma conseguirá mudar essa realidade.

Aula de Geografia


PROFESSORA- Bom dia turma!
( os alunos não respondem, bagunça na sala, bolinhas de papel, muita conversa)
DRIKA- Poxa, cara, você viu cada mina linda nesta sala?
(Os dois meninos comentam sobre as meninas e logo após chega o Vanderlei)
VANDERLEI- Oi, algum de vocês teria um tempinho para estudar hoje?
DRIKA- (empurra o Vanderlei)- Pô cara, meu negócio é mulher, vai estudar com o teu bando!
PROFESSORA- Vanderlei, volta para o seu lugar e para de incomodar os meninos.
(Vanderlei vai sentar e logo chega Gisele)
GISELE-( atrasada)- Com licença, professora, cheguei atrasada por causa da dificuldade que tenho de acesso e condução até aqui.
PROFESSORA- Pegou autorização para entrar em sala?
GISELE- Não.
PROFESSORA- Então dirija-se até a sala da pedagoga e só volte com autorização.
NARRADOR- A menina se dirige com muita dificuldade à sala da pedagoga, mas será que tudo isso foi realmente necessário? Vamos continuar com a história.
Jessica e Luci conversam e riem  continuamente.
MARI H- Por favor, vocês só pensam em besteira, será que dá pra prestar atenção na aula.
JÉSSICA E LUCI- Fica quieta, sua fora de moda, vai ler sua bíblia!
PROFESSORA- Mari, você já copiou a matéria, não se importe com as meninas.

Os alunos começam a discutir, bagunçar e jogar bolinhas de papel.

PROFESSORA- Chega! Não suporto mais isso, vou chamar a pedagoga.
A professora sai e logo volta acompanhada da pedagoga.

PEDAGOGA- É uma vergonha ter que vir chamar atenção em uma sala de pessoas adultas por esses motivos. Vocês são seres humanos e tem que aprender a conviver juntos, vocês precisam uns dos outros.

O sinal bate

NARRADOR- Nessa aula podemos observar alguns medos de incluir como o medo da nossa crença de predestinação, pois a professora considera que aqueles que são diferentes não têm chances iguais aos outros por nascerem assim. Outro medo é da sua preparação, pois ela não está preparada para uma turma com tantos conflitos e o pior é o medo de ter medo, pois ela não assume que não sabe, que não está preparada e não busca ajuda para superar as dificuldades. Então vamos ver como a outra professora se sai?
A professora Matilde, por buscar conhecer seus alunos mais a fundo, buscou um tema polêmico para ver como seria aceito pelos alunos.

PROFESSORA: Bom dia turma, hoje vamos trabalhar o tema “escravidão”. O que vocês lembram quando ouvem essa palavra?
Nesse momento Daiane chega atrasada.
DAIANE- Que nojo, vou ter que sentar perto daquela neguinha!
PROFESSORA: Daiane, isso não é jeito de tratar sua colega.
DAIANE- Ela é negra e isto é suficiente para mim.
PROFESSORA: Pessoas negras e brancas têm os mesmos sentimentos, sentem as mesmas dores e merecem receber respeito por igual.

NARRADOR: A professora vendo o nível de preconceito na sala resolve fazer algo diferente para mostrar para a turma que eles são todos iguais.
A professora faz uma linha no centro da sala.

PROFESSORA: Quero que todos venham ao centro da sala, fiquem de frente uns para os outros e a cada pergunta que eu fizer se sua resposta for diferente quero que voltem ao seu lugar.
Os alunos vão para o centro da sala.
PROFESSORA: O que vocês estão vendo de diferente em seus colegas?
TODOS: Tudo!!!!
PROFESSORA: Quem tem 16 anos ou mais?
Alunos respondem a idade, todos têm 16 anos ou mais.
PROFESSORA: Que tipo de música mais gostam?
ALUNOS: Tecno.

Chega a pedagoga e olha o que estão fazendo e sai para buscar a outra professora para assistir à aula da colega.

PROFESSORA: Quem já levou advertência?
ALUNOS: Eu, eu, eu, eu...
PROFESSORA: Quem já sofreu preconceito nesta sala?
ALUNOS: Eu, eu, eu, eu....
PROFESSORA: Então por que este preconceito uns com os outros?
Os alunos  ficam calados e de cabeça baixa.
PROFESSORA: Na realidade, somos todos iguais, mas por instinto de adaptação usamos de preconceitos para excluir pessoas diferentes. É preciso compreender melhor a si e aos outros, todos somos iguais, o que muda é a cultura de cada um, o que traz características interessantes em cada um.
PROFESSORA: Agora pergunto, quem quer conhecer melhor os seus colegas?
Os alunos  lentamente um por um levanta a mão e se abraçam.

NARRADOR: Vendo o que a professora Matilde foi capaz de fazer, a professora Maria Auxiliadora revê seus conceitos e aceita que à ajudem a superar suas dificuldades e a trabalhar melhor com seus alunos.
Uma escola para se tornar inclusiva, o corpo docente deve unir-se num mesmo ideal. A inclusão é difícil nas escolas em que cada professor trabalha somente para si, sem buscar trabalhar em equipe. Se todos buscarmos nos unir, independente de nossas diferenças, venceremos nossos limites e seremos novos seres humanos, abertos tanto para os similares, como para quem nos parece diferente aos olhos, mas que no interior é igual a todos os outros.

Todos os participantes  se reúnem em um círculo e falam.


VANDHO- “ Deficiente” é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é o dono do seu destino.
DRIKA- “Louco”é quem não procura ser feliz.
ROSÂNGELA -“Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria.
MARI M-“Surdo”é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo  ou o apelo de um irmão.
JÉSSICA- “Mudo”é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
LUCI-“Paralítico”é  quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
SANDRA-“ Diabético”- É quem não consegue ser doce.
MARI H-“ Anão”- É quem não sabe deixar o amor crescer.
GISELE-“Miserável”-
TODOS- Somos todos que não conseguimos falar com Deus.







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